segunda-feira, 18 de junho de 2012

Fases da relação porto-cidade:



As grandes seqüências tecnológicas que fundamentam a evolução dos waterfronts e da relação cidade-porto. C. Chaline

Fases

Relações cidade-porto
Determinantes tecnológicos
Fase1
Pré-industrial
Início do séc XX


Fase 2
Industrialização




Fase 3
Mutilocalização
1970-80





Fase 4
Globalização
1990-2000

Cidades e portos estão imbricados, com especialização funcional territorial fraca.


Cidades e portos estão justapostos. Alta especialização de espaço portuário. Separação total entre cidade e porto.


Suburbanização da população e de certas atividades portuárias.
Desurbanização, formação de vazios urbanos, experiências de reconversão. Separação entre cidade e porto.


 Esboço de reurbanização, mutação funcional generalizada dos waterfronts. (frente aquática, fachada aquática.
Navegação à vela, navios de madeira.



Navios metálicos, combustível carvão, Máquinas a vapor, conexão às ferrovias.



Agigantamento dos navios (conteneirização); combustível diesel; rotas de transporte.



 Os navios continuam gigantes, connteiners. Economia da informação e da comunicação. Tempo livre (?) cultural.

A Fase 3 Chaline denomina pós-industrial, seguindo a nomeclatura de Pierre Veltz atribui-se a esta fase o termo multilocalização. A fase 4 Chaline denomina pós-industrial 2, denomina-se globalização, também emprestando o termo de Pierre Veltz.

Tabela elaborada por Clara Luiza Miranda (para tese de doutorado, 2004) tendo como base especialmente o livro de Chaline
CHALINE (Claude) (dir.). Ces ports qui créèrent des Villes. Paris : L'Harmattan, 1994.- 299 p.
VELTZ, Pierre. Mondialisation, Villes et Territoires, L’Économie D’Archipel. Paris: PUF, 2000

"O gigantismo das infraestruturas de transporte mantém-se, é claro, estranho à dimensão urbana, mas os armazéns onde a mercadoria é manipulada, assim como os centros de informática que a codifica precisam, necessariamente, permanecer no coração da cidade, única a fornecer ao mesmo tempo trabalhadores não qualificados e super-qualificados" Thierry Baudoim in Cidades e Portos, DP&A, 1999.

O porto industrial é integrado verticalmente na cadeia produtiva de uma planta industria. Ainda, o porto industrial tradicional funcionava (ou ainda funciona) apenas como elo de circulação, o novo tipo de porto agrega valor pelo próprio fato de associar circulação e produção.
A ideia de um porto urbano, do porto inserido no tecido urbano, é a que tem vigorado ou pelo menos a que tem sido vencedora no quadro dos fluxos mundiais.
“Juntando-se com a cidade, o porto pode se tornar um ator e sua gestão (e seu planejamento) podem reencontrar uma concreta dimensão pública.” O que não acontece com o Porto de Vitória, mas deveria acontecer!
“A principal característica do porto rede (ou seja de um complexo portuário integrado no tecido urbano) é, paradoxalmente, de ser produtivo, de constituir um momento de produção (e, por causa disto, de agregação de valor).  .” (...).
“Agora, esta capacidade produtiva está inscrita, por um lado, na inserção do porto no tecido metropolitano e, por outro, no fato da metrópole ser o maior reservatório (e a maior máquina de produção) de um novo tipo de trabalho e de uma nova figura de trabalhador.” www.cfch.ufrj.br
(...) 
  
"Um trabalho cada vez mais qualificado por suas dimensões imateriais; um trabalho não materializado, flexível no plano das qualificações e móvel no plano dos territórios e das funções; um trabalho cada vez menos programável que se constitui em competência, recurso geral de um território determinado, mais do que em qualificação específica à disposição de uma determinada empresa.
A crescente interpenetração entre indústria e serviços, pelo fato de que a indústria é cada vez mais terceirizada e os serviços cada vez mais industrializados, “(...) nutre-se (portanto) dos recursos sociais e culturais distribuídos nos territórios, e vice versa
O território das redes comunicacionais aparece como capital fixo.  Este capital fixo não é o equivalente das infra-estruturas (técnicas) que vertebravam o regime de acumulação baseado no chão fabril.  Seus ativos são de uma outra qualidade.  Trata-se da qualidade intelectual da população, de uma “inteligência” que deve (e pode enfim) ser considerada nas suas dimensões gerais: desenhadas e definidas pelas interações comunicativas, lingüísticas, que constituem o território em geral e a metrópole em particular como novos locais de produção." Rio_Porto www.cfch.ufrj.br