As grandes seqüências tecnológicas que
fundamentam a evolução dos waterfronts e da relação cidade-porto. C.
Chaline
Fases
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Relações cidade-porto
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Determinantes tecnológicos
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Fase1
Pré-industrial
Início do séc XX
Fase 2
Industrialização
Fase 3
Mutilocalização
1970-80
Fase 4
Globalização
1990-2000
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Cidades e portos estão imbricados, com
especialização funcional territorial fraca.
Cidades e portos estão justapostos. Alta
especialização de espaço portuário. Separação total entre cidade e porto.
Suburbanização
da população e de certas atividades portuárias.
Desurbanização,
formação de vazios urbanos, experiências de reconversão. Separação entre
cidade e porto.
Esboço de
reurbanização, mutação funcional generalizada dos waterfronts. (frente
aquática, fachada aquática.
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Navegação à vela, navios de madeira.
Navios metálicos, combustível carvão,
Máquinas a vapor, conexão às ferrovias.
Agigantamento
dos navios (conteneirização); combustível diesel; rotas de transporte.
Os navios continuam gigantes, connteiners. Economia da informação e da comunicação.
Tempo livre (?) cultural.
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A Fase 3 Chaline denomina pós-industrial, seguindo a
nomeclatura de Pierre Veltz atribui-se a esta fase o termo multilocalização. A
fase 4 Chaline denomina pós-industrial 2, denomina-se globalização, também
emprestando o termo de Pierre Veltz.
Tabela elaborada por Clara Luiza Miranda (para tese de doutorado, 2004) tendo como base
especialmente o livro de Chaline
CHALINE (Claude) (dir.). Ces ports qui créèrent des
Villes. Paris : L'Harmattan, 1994.- 299 p.
VELTZ, Pierre. Mondialisation,
Villes et Territoires, L’Économie D’Archipel. Paris: PUF, 2000
"O gigantismo das infraestruturas de transporte mantém-se, é claro, estranho à dimensão urbana, mas os armazéns onde a mercadoria é manipulada, assim como os centros de informática que a codifica precisam, necessariamente, permanecer no coração da cidade, única a fornecer ao mesmo tempo trabalhadores não qualificados e super-qualificados" Thierry Baudoim in Cidades e Portos, DP&A, 1999.
O porto industrial é integrado verticalmente na cadeia produtiva de uma
planta industria. Ainda, o porto
industrial tradicional funcionava (ou ainda funciona) apenas como elo de
circulação, o novo tipo de porto agrega valor pelo próprio fato de associar
circulação e produção.
A ideia de um porto urbano, do porto inserido no tecido urbano, é a
que tem vigorado ou pelo menos a que tem sido vencedora no quadro dos fluxos
mundiais.
“Juntando-se com a cidade, o porto pode se tornar um ator e sua
gestão (e seu planejamento) podem reencontrar uma concreta dimensão pública.” O que não acontece com o Porto de Vitória,
mas deveria acontecer!
“A principal
característica do porto rede (ou seja de um complexo portuário integrado no tecido
urbano) é, paradoxalmente, de ser produtivo, de constituir um momento de
produção (e, por causa disto, de agregação de valor). .” (...).
“Agora, esta
capacidade produtiva está inscrita, por um lado, na inserção do porto no tecido
metropolitano e, por outro, no fato da metrópole ser o maior reservatório (e a
maior máquina de produção) de um novo
tipo de trabalho e de uma nova figura de trabalhador.” www.cfch.ufrj.br
(...)
"Um trabalho cada vez mais qualificado
por suas dimensões imateriais; um trabalho não materializado, flexível no plano
das qualificações e móvel no plano dos territórios e das funções; um trabalho
cada vez menos programável que se constitui em competência, recurso geral de um
território determinado, mais do que em qualificação específica à disposição de
uma determinada empresa.
A crescente interpenetração entre
indústria e serviços, pelo fato de que a indústria é cada vez mais terceirizada
e os serviços cada vez mais industrializados, “(...) nutre-se (portanto) dos recursos sociais e culturais
distribuídos nos territórios, e vice versa
O território das redes comunicacionais aparece como capital
fixo. Este capital fixo não é o
equivalente das infra-estruturas (técnicas) que vertebravam o regime de
acumulação baseado no chão fabril. Seus
ativos são de uma outra qualidade.
Trata-se da qualidade intelectual da população, de uma “inteligência”
que deve (e pode enfim) ser considerada nas suas dimensões gerais: desenhadas e
definidas pelas interações comunicativas, lingüísticas, que constituem o
território em geral e a metrópole em particular como novos locais de produção." Rio_Porto www.cfch.ufrj.br